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Existem épocas históricas que caminham lado a lado com o que podemos chamar de “fatos ainda não comprovados”. Um dos exemplos que mais me fascina são as lendas do reinado de Arthur. Isto porque as lendas misturam as interessantes intrigas, constantemente presentes nas cortes, com a bravura das ordens de cavalaria.
Eu não sou o único que sustenta esta opinião. Existem inúmeros livros (As Brumas de Avalon, A Trilogia de Arthur de Bernard Cornwell) e filmes (Excalibur, Rei Arthur, Merlin, Tristão e Isolda) e, é claro, isto gera uma grande chance de se tornar um ótimo cenário para RPG.
Baseado no livro Le Morte D’Arthur surgiu o sistema de RPG chamado King Arthur Pendragon (Pendragon 5th Edition)
ou simplesmente Pendragon. O sistema, bem como o livro se distanciam bastante da teoria exposta no filme “Rei Arthur” de 2004 e é bem mais a cara de "As Brumas de Avalon".
“The Temptation of Sir Percival” por Arthur Hacker, 1894 |
A base histórica é a de um garoto (Arthur) que assume um reinado em meio à guerras contra saxões e tem a difícil missão de unificar toda a Bretanha, desunida em razão de diferença de crenças e costumes. A religião, cristianismo contra paganismo, com resquícios de judaísmo e wotanismo (religião saxã) ajudam a aumentar ainda mais os conflitos de interesse.
Das cortes e festas surge a mais bela dama que já andou pela superfície terrestre: Guinevere. Delas também surgem intrigas que dão destaque à interpretação e a um belo romance. Das ordens de cavalaria surgem os Cavaleiros da Távola Redonda e finalmente, a incansável busca pelo Cálice Sagrado.
Não são todos os RPGistas que gostam do estilo “low fantasy”, mas para quem aprecia, este sistema é uma boa pedida. Historicamente são inúmeras batalhas que ocorreram na Bretanha neste período e a busca do Cálice Sagrado pode dar o pequeno toque de fantasia que é necessário nas campanhas.
Da mesma forma que Cornwell coloca a magia em suas histórias, também o mestre poderá trabalhar suas campanhas. Um trecho de um de seus livros que tem o meu apreço é a narrativa de uma batalha de parede de escudos, em que os magos do exército inimigo são conhecidos por colocar cães enfurecidos pelo próprio demônio para quebrar a parede e desestruturar as defesas do inimigo.
Quando enfrentaram Arthur e Merlin (o mais famoso mago desta época), magicamente aparecem cadelas encantadas pela deusa do amor e impedem que a magia inimiga funcione, sustentando a barreira de escudos e enriquecendo o campo de batalha com furnicação canina.
Misturar o real com ilusão é a forma como a magia funciona em Pendragon. É possível soltar uma bola de fogo se o mago estiver em uma batalha de cerco e houver, por exemplo, uma catapulta disponível, como se a própria catapulta soltasse a bola de fogo, e assim por diante.
Enfim, o sistema, que está em sua 5ª edição desde 2005, com inúmeros suplementos pode ser bem interessante, mesmo que não seja tão conhecido. Se você é um fã das lendas arturianas então, recomendo veementemente! Vale a pena!
Que tal se juntar aos cavaleiros da Távola Redonda?
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